quarta-feira, 12 de maio de 2010

Metáfora

Estou escrevendo porque estou com um estranho sentimento no coração. Sinto que estou prestes a implodir de tristeza, mas ao mesmo tempo explodir de alegria. Sentimentos controversos que me causam a mesma reação fisiológica. As doces lágrimas que escorrem pelo rosto quando estou muito feliz são as mesmas amargas que escorrem quando estou triste.

O meu processo de "desenraizamento" me trouxe muitas coisas boas e muitas coisas ruins também. Afastou-me da família, dos bons amigos (meus bons pedacinhos que me aturam há anos), dos meus melhores vícios (alguns se tornaram piores), porém me jogou no mundo, na vida e esta está me dando grandes lições de autoconhecimento e amadurecimento que jamais imaginei acontecer. É, eu pensei que sabia tudo sobre a vida e sobre mim, adivinha!, não sabia um terço da quarta parte da metade da linha do infinito.

Desenraizar significa, lexicalmente falando, arrancar as raizes (de uma árvore), transportá-la para outro lugar, cuidar e torcer para que ela sobreviva. Já passei da fase tocer-para-que-ela-sobreviva; estou no começo de uma fase mais avançada, a fase viver. Viver o novo, as diferenças, as novidades, as tristezas, as alegrias, o velho, o interessante, o inusitado... Minha vida tem sido assim e quero que continue assim por um bom tempo. Não quero voltar a ser aquela de outrora, quero ser essa versão 3.4 turbo com mente sempre mais aberta e coração com sentimentos muito mais sedimentados, sempre pronto a criar os puxadinhos para juntar os pedacinhos do que me vem de outras pessoas. Algumas delas nem conheço pessoalmente, mas me dão tanto e com tanto carinho, que não tenho como não guardar no meu puxadinho. Os pedacinhos de mim que ficaram para trás continuam com seus lugares no puxadinho, mas a saudade sempre aperta o peito como se fosse estrangular, esmagar, sufocar! Dai vem alguém e solta um pouco o nó da corda, ajuda a tirar a mão do pescoço e o peito sobe e desce respirando aliviado. Bendita tecnologia!

Me sinto parte de uma metáfora, onde sua essência é a essência de si por si mesmo. Complicado? Não; isso é vida! Viver é um constante "metaforear" onde nós, somente nós, podemos colorir nosso próprio cenário. Temos a liberdade para dar as cores que queremos, como queremos, quando queremos e da forma que queremos. Viver é estufar o peito e dizer, "vem que eu estou pronto".

9 comentários:

Anônimo disse...

Top!

Cassy Jones disse...

Obrigada, Sr. Anônimo! =)

Unknown disse...

Triste porem, lindo.

Karina disse...

Jones, que texto MA-RA-VI-LHO-SO!!!

Vc escreve muito, sua porforation!!!

Vc descreve exatamente o que venho sentindo: o prazer no "em sendo", o prazer da aceitação do inesperado.E não tem nada de triste, vc consegue ilustrar com muita beleza esse momento mágico de muitas descobertas. E descobrir o inesperado não é tão fácil!

Jones, precisamos nos encontrar pra ler Clarice e discutir altas idéias, tomar um vinho e jogar Imagem e Ação...kkkkkk

Cassy Jones disse...

Indeed, darling! Precisamos sim, nos encontrar para lavarmos a alma lendo Clarisse e dando altas risadas das mímicas mais impossíveis enquanto jogamos Imagem e Ação. Obviamente que tudo com fundo puramente científico =P

Ok, podemos tomar vinho, sim, mas se estivermos em Palmas vou preferir um sucão de couve com frutas, hehehe

Alliny Araújo disse...

Nossa, realmente um texto mto profundo, bem escrito e bonito de ler... daquele tipo que toca a gente de alguma forma. Obrigado por compartilhar seus sentimentos escritos aqui.

b.b.g.a disse...

Gosteii Professora //

Cassy Jones disse...

Alliny, é sempre um prazer compartilhar minhas idéias, pensamentos e sentimentos, embora a prática da escrita seja tão reduzida por causa do fator tempo, eu gosto de me expressar. Estou tentando arranjar algum tempo para escrever mais.

Grande beijo!

Cassy Jones disse...

Bráulio, tenho certeza que você também deve ter muita coisa legal para compartilhar com as pessoas. Que tal "bombar" o seu blog e divulgar o que você escreve para a "geral"? Topas? hm, hm, hm?! ;o)