quarta-feira, 7 de setembro de 2011

paressência

Wednesday, September 7, 2011 at 4:10am


repentinamente tenho uma vontade inexplicável de desaparecer, me desligar de tudo e de todos.

pq insisto em acreditar que pertenço a esse lugar? pq insisto em acreditar que ainda existe possibilidade de mudanças, por menores que sejam? pq insisto em acreditar que as pessoas são fiéis ao seus ideias, ideologias e filosofias? e o mais importante, pq insisto em acreditar na fidelidade e nas palavras ditas?

ah, hipocrisia, doce e suave veneno que escorre pelos lábios e embebedam aos fracos. talvez se eu amasse menos, sofreria menos. talvez se eu não acreditasse tanto nas mentiras veladas, nas intenções não explícitas, nos olhares furtivos e não firmes... é, acho que preciso aprender a não amar e não doar meu amor a qualquer um.

o que me faz diferente de todos os outros? não sei, talvez nada, mas agora, a única certeza que tenho é que não quero isso pra mim. não mais. não quero ter essa "vantagem" de fingir o que não sou.

qt mais eu vivo, mais percebo pessoas inebriadas pelas "facilidades" da vida, da matéria, das posses. é chegada a hora do basta e que esse basta seja duradouro. sejamos sementes de uma realidade melhor e mais honesta, sem enganações, palavras doces com significados obscuros, escusos ou desenganados. sejamos nosso melhor em qualquer lugar, em qualquer ocasião, com qualquer público. não criemos máscaras, mostremos nossas caras feias e gostarão de nós pelo que somos e não pelo que temos.

Sonho De Uma Flauta
O Teatro Mágico


Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes né doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito...


terça-feira, 30 de agosto de 2011

5'


Quanto valem cinco minutos pra você? Que fração de tempo tão “insignificante” é essa? O que você pode e consegue fazer em cinco minutos?

Hoje, enquanto sacolejava de volta do trabalho, num “busão” quente e abafado, pelas escaldantes ruas de Palmas – “horário” de almoço, duas da tarde – era possível ver e sentir o vapor subindo do asfalto. Olho para o cruzamento adiante e vejo que o ônibus que era para eu pegar estava no sinal fechado, a 5 minutos de distância. Alguém puxa a cordinha, motorista para, o sinal fecha. Do ônibus onde estou enclausurada, observo o outro que parte. E lá se vão meu ônibus (que sai a cada 40 minutos da estação) e minha “economia” de aproximadamente 5 minutos de caminhada sob o sol escaldante do horário. Gasto um tempo para decidir o que fazer. Decido continuar onde estou e sigo adiante.

Penso no número 5, qual o significado dele? O que posso fazer com 5 minutos (“tenho cinco minutos e não tenho medo de usá-los”)? E se eu tivesse saído do trabalho 5 minutos antes? E se todos no mundo parassem por 5 minutos, exceto eu? O que aconteceria?

Nesse ínterim faço uma retrospectiva para o amanhecer. Faltavam 25 minutos para as seis da manhã, quando meu celular começa a berrar. Ele berra a cada 5 minutos em um tipo de despertador e 10 minutos no outro. Dez minutos nada mais é do que a soma de 2 cinco minutos, e exatamente às 5:55 eu estava de pé, me preparando para começar os serviços de higiene, arrumação e, algum tempo depois, pronto!, mochila nas costas e vamos para o ponto de ônibus. Quanto tempo eu gasto para chegar lá? Vejamos se você percebe o óbvio. Sim, se você disse 5 minutos, você acertou na mosca. Se você disse 10 minutos, de certa forma você também acertou, afinal 10’ = 2 × 5’.

Se eu retornar mais algumas horas, antes do meu dia amanhecer, estarei na frente do computador, conversando com minha irmã por quem esperei durante muito tempo e nossa conversa durou exatos 5 minutos. Decidimos coisas, fizemos planos e começamos uma discussão, que não foi adiante, porque os 5 minutos de prazo venceram, e eu tive que me retirar para jogar-me na cama.

O que aconteceria se eu tivesse ido para a cama 5 minutos antes? Não teria falado com ela, não teria tomado as decisões que seriam necessárias para aquele momento. E, se eu tivesse retornado para casa 5 minutos antes do horário que cheguei? Será que aquela pessoa tão querida por mim estaria online me esperando? O que estaria fazendo? Como estaria se sentindo?

Quanto tempo você precisa para saber que ama uma pessoa? Quanto tempo você precisa para dizer a essa pessoa amada que a ama? Quanto tempo você “gasta” andando em círculos e batendo cabeça? Seriam 5 minutos suficientes?

Você seria capaz de “ficar sozinho por 5 minutos” sem se machucar ou sem se torturar?

Cinco minutos. Cinco minutos é tudo que preciso para mudar meu mundo.